De mãe para filha...
Para mim, ser mãe começou quando o decidi ser, depois de muito reflectir sobre o assunto e sobre o momento certo. E o momento tão desejado chegou quando o teste de gravidez deu positivo e o mundo desabou em mim numa só pergunta – e agora?
Ser mãe é um estado que se constrói durante a espera, quando as hormonas se alteram e o corpo se transforma e quando sentimos os primeiros pontapés e a barriga a balançar. Mas, houve coisas na gravidez que eu não gostei. Não gostei dos enjoos matinais (que felizmente foram poucos), não gostei do sono, do excesso de cansaço, dos pés inchados, da ansiedade pela espera da próxima ecografia e do “mistério” do parto.
Ser mãe foi dar à luz, foi passar um momento único e doloroso, foi sentir aquele pequeno ser, enrugado e gelatinoso, nos meus braços e amá-lo desde aquele primeiro minuto até sempre.
Ser mãe é deixar de dormir (essencialmente nos primeiros meses e daqui a uns anos na adolescência). É acordar para dar de mamar, para mudar a fralda, para embalar e mimar. É acordar para puxar as mantas, para ver se tem febre ou se está doente. É passar horas em claro a pensar no hoje e no amanhã e tentar encontrar respostas que só serão respondidas com o tempo.
Ser mãe é ter saudades do momento presente. É querer guardar para sempre as lembranças do filho, as suas mudanças, o seu crescimento e as suas atitudes. Ser mãe é mais que criar um filho, é criar um blog para registar tudo, é fotografar, imprimir e mostrar. É ter um orgulho desmedido de o ser, mas é também queixar-se porque o tempo nunca é suficiente.
Há coisas que parecem importantes, mas que com o nascimento de um filho são delegadas para segundo plano. Ser mãe é não acompanhar o telejornal até ao fim ou tão pouco acompanhar, é não saber quase nada sobre a actualidade e muito sobre papas, roupas, brinquedos, desenhos animados, promoções na compra de fraldas e festas de aniversário. Ser mãe é deixar os brinquedos espalhados pela casa, é tentar arranjar entre os muitos afazeres um tempo para fazer a limpeza e arrumar a casa.
Ao tornar-me mãe deixei muito de mim para trás, os passeios já não são os mesmos, sair até tarde é quase impossível, planear uma ida ao teatro ou ao cinema tem que ser algo muito bem gerido, o tempo para me mimar ficou limitado e os hobbies passam a ser ainda mais desejados. Mas, ser mãe, é de tudo o mais importante! É amar incondicionalmente sem olhar as perdas e abarcar os ganhos, que são muitos! É sofrer quando a minha filha sofre e sorrir de contentamento quando ela está feliz. E é duvidar, constantemente, se sou ou não uma boa mãe!
Eu sei que o Dia da Mãe é todos os dias, porque uma mãe ou é ou não é, não há feriado para esta “profissão” ou para este estado de graça, mas ser mãe é tão especial e tão bom que faz todo o sentido haver um dia para comemorá-lo e hoje é o seu DIA!
Feliz Dia da Mãe!