De mãos dadas.
Demos as mãos num gesto tímido e demorado, como dois jovens amantes, entrelaçamos os dedos fortalecendo ainda mais a nossa união, e caminhamos, de baixo de um sol primaveril, munidos de uma alegria contagiante, por entre ruelas e becos desconhecidos, olhando tudo com encanto.
Falámos tanto naquele dia [o nosso dia], rimos de coisas banais, contamos segredos, fizemos planos mirabolantes, vivemos exclusivamente para nós, como se fossemos um único ser, sem pressa de viver. E quando,depois de tanto tempo, me fizeste a pergunta pela qual tanto esperava, descobri o quanto te amava e a resposta só podia ser uma «sim».
Hoje, é certo que às vezes pareço esquecer-me de te o dizer, mas ainda te amo, talvez ainda mais, e quero voltar a dar-te a mão, a entrelaçar os meus dedos nos teus, e a caminhar sem destino, pela vida fora, como dois velhos namorados.
[Ficção - Life Moments]